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Bullying na escola e a intervenção do orientador educacional

Trabalho entregue ao curso de Pedagogia - Unip Interativa



O bullying caracteriza-se por xingamentos, ofensas, constrangimentos ou agressões cometidas por um grupo de estudantes contra um colega. Seus danos podem ser verificados com prejuízos na saúde psicológica das vítimas. Atualmente, a prática do bullying vem ocorrendo cada vez mais cedo, inclusive sendo detectadas entre crianças, independentemente da classe social e tanto em escolas públicas quanto particulares. (Rabelo, 2008)
As vítimas do bullying podem apresentar queda no rendimento escolar, mudança de comportamento e se recusarem a irem para a escola. Ou seja, as perdas são grandes e há necessidade de intervenção dos adultos para resolver o conflito que a criança ou o adolescente não consegue lidar sozinho.
É necessário entender que nem toda agressão pode ser entendida como bullying, para que seja assim conceituada é preciso se certificar se o ato é repetitivo em relação àquela mesma criança e executada pelo(s) mesmo(s) ofensor(es).
Segundo Neto (2005) o bullying tem uma influência negativa no desenvolvimento escolar do aluno, pois compromete o seu desempenho no aspecto físico, emocional e reflete diretamente na sua satisfação ou insatisfação com a vida. Por outro lado, os relacionamentos interpessoais positivos melhoram a relação do aluno com a aprendizagem, visto que a aceitação pelos companheiros é fundamental para o desenvolvimento da saúde de crianças e adolescentes.
É papel da escola o de reconhecer que o bullying acontece. Os pais e educadores precisam saber diferenciá-lo de outros conflitos e estabelecerem um diálogo construtivo a fim de orientar os agressores e proteger as vítimas.
O bullying não é um fenômeno novo. Na verdade ele sempre existiu. Hoje, com a influência da televisão e da internet, os apelidos pejorativos tomaram outras proporções. As vítimas costumam apresentar traços particulares que chamam atenção dos agressores, tais como obesidade, estatura, deficiência física e aspectos culturais, étnicos e religiosos diferenciados. Já os agressores são os mais populares, geralmente os líderes da turma. Tanto a vítima quanto o agressor precisam de ajuda psicológica. Na vida adulta, o agressor pode repetir o seu comportamento abusivo e utilizar violência ou praticar atitudes criminosas. (Barros, 2008)
Adquirindo proporções maiores e que pode ocasionar maior visibilidade de atos ofensivos, temos o cyberbullying que consiste na prática do bullying por meio de ferramentas tecnológicas (internet, sms, whatsapp).
Ao menos três motivos tornam o cyberbullying mais cruel que o bullying tradicional:
- Na internet ou através de mensagens de celular, a prática pode ser constante e não fica limitado exclusivamente ao ambiente escolar;
- A exposição acentuada de jovens no espaço virtual e na troca de mensagens de texto;
- A tecnologia dificulta a identificação dos agressores.
As vítimas do cyberbullying, por vezes, sentem-se ainda mais impotentes do que quando as ofensas são presenciais, pois os agressores podem se ocultar atrás de perfis falsos que dificultam sua identificação, e ainda, diante da possibilidade do anonimato as ofensas podem ser ainda maiores.

Perfil da vítima
Geralmente tímida, pouco sociável e com características que diferem do restante da turma (peso, altura, raça, religião). Quando é agredida não reage e sofre. No futuro, esses relacionamentos conflituosos podem acarretar em problemas psicológicos (depressão, pânico, angústia, anorexia, bulimia etc) e adolescentes que foram vítimas do bullying tendem a reproduzir na vida o que viveu no ambiente escolar.

Perfil do agressor
É uma pessoa que não sabe dialogar para resolver seus conflitos, quer se sentir poderoso e melhorar a imagem que tem de si mesmo. Quando adulto, continua depreciando os outros para chamar atenção. 



Perfil do espectador
Costuma não defender a vítima, portando-se como testemunha dos fatos, ora silenciosamente por temer que venha a ser vítima já que se sente amedrontado, ora se divertindo com as agressões e ajudando a reforçá-la. Como resolver o problemaPara minimizar os casos de bullying que ocorrem na escola, o orientador educacional, de imediato, precisa desenvolver ações que previnam esses episódios. A prevenção é mais eficaz do que a punição de agressões que já ocorreram. A turma deve ter um espaço para falar, expor seus anseios e mostrar seu descontentamento, deste modo os alunos se sentirão acolhidos e seus sentimentos serão valorizados dentro de um espaço que compreenda suas angústias. Ainda, é indispensável o estabelecimento de normas que devem ser seguidas. A criança e o adolescente precisam ser orientados de forma a se tornarem responsáveis, cientes de seus deveres e conhecedores de seus direitos.
O trabalho de conscientização deve ser frequente e o assunto deve ser trabalhado também nas reuniões de pais, pois uma parceria produtiva entre escola e família faz um grande diferencial na qualidade da vida escolar da criança e do adolescente.
Faz-se necessário e desejável a parceria com a família da vítima e do agressor, de modo que seja destacada a importância das relações saudáveis, a tolerância e o respeito às diferenças.
Em fatos isolados, onde se faz necessária uma intervenção mais pontual, os envolvidos devem ser chamados para uma conversa em particular. A troca de experiências e informações sobre o aluno possibilita repensar as posturas e atitudes, tanto da família quanto da escola.
Ainda em tempo, as crianças e adolescentes devem ser alertadas constantemente sobre os riscos de exporem dados pessoais em sites de relacionamento. Quanto menos expostos estiverem, mais seguros estarão.
Os ramos de orientação escolar envolvidos neste processo podem ser os que estabelecem a relação família-escola (esse elo é uma das funções mais importantes do orientador educacional), através desta relação é possível identificar os valores e modos de conceber a vida do grupo familiar a que o aluno pertence e isso possibilita uma melhor compreensão de sua maneira de viver; relação escola-saúde já que a escola deve se preocupar com a formação integral do educando (nos aspectos físicos, psicológicos, mentais, emocionais entre outros), e esses aspectos podem explicar o comportamento do aluno, suas dificuldades relacionais; relações interpessoais, favorecendo que haja um clima propenso à resolução de conflitos é uma prática diária do orientador educacional.
Como vemos, são inúmeros os desafios e a importância da atuação desse profissional do âmbito escolar para que esse espaço seja agradável e propício ao desenvolvimento das competências aprendizes dos alunos.

Conclusão
O bullying sempre existiu, e atualmente tem ganhado destaque e tem sido motivo de preocupação no ambiente escolar. Tanto a vítima, quanto o agressor precisam ser ajudados para que possam superar esses conflitos e se desenvolverem socialmente de maneira saudável emocional e psicologicamente e que não transponham esse comportamento na vida adulta já que acarretam problemas em várias esferas da vida.
O pedagogo, atuando como orientador educacional, tem um papel determinante dentro deste processo ao acompanhar e zelar pelas relações sadias no ambiente escolar, intervindo sempre que se fizer necessário e contando com o apoio da comunidade escolar e da família.

Referências

BARROS, Andréia. Bullying: é preciso levar a sério ao primeiro sinal. Revista Escola. 2008. Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/formacao/bullying-preciso-levar-serio-431385.shtml?page=2 Acesso em 15 mar. 2015.

JORDÃO, Cláudia. Como vencer o bullying. Revista Istoe. Edição 2160. 2011. Disponível em: http://www.istoe.com.br/reportagens/131156_COMO+VENCER+O+BULLYING Acesso em 15 mar. 2015.

Mendes, Eva Cristina de Carvalho Souza Orientação em supervisão escolar e orientação educacional / Eva Cristina de Carvalho Souza. – São Paulo, 2014. 188 p. il. Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e Pesquisas da UNIP, Série Didática, ano XVII, n. 2-038/14, ISSN 1517-9230. 1. Supervisão escolar. 2. Planejamento. 3. Pedagogia I. Título. CDU 37.014
NETO, Aramis A. Lopes; bullying - comportamento agressivo entre estudantes. In Jornal de Pediatria. Sociedade Brasileira de Pediatria (Rio). 2005. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/jped/v81n5s0/v81n5Sa06 Acesso em: 15 mar. 2015.

RABELO, Carina. Bullying, um crime nas escolas. Revista Istoe. 2008. Disponível em: http://www.istoe.com.br/reportagens/9028_BULLYING+UM+CRIME+NAS+ESCOLAS Acesso em 15 mar. 2015


Revista Gente que Educa. Cyberbullying: a violência virtual. 2010. Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/formacao/cyberbullying-violencia-virtual-bullying-agressao-humilhacao-567858.shtml Acesso em: 05 abr. 2015.

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