Bullying na escola e a intervenção do orientador educacional
Trabalho entregue ao curso de Pedagogia - Unip Interativa
Revista Gente que Educa. Cyberbullying: a violência virtual. 2010. Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/formacao/cyberbullying-violencia-virtual-bullying-agressao-humilhacao-567858.shtml Acesso em: 05 abr. 2015.
O bullying caracteriza-se por xingamentos,
ofensas, constrangimentos ou agressões cometidas por um grupo de estudantes
contra um colega. Seus danos podem ser verificados com prejuízos na saúde
psicológica das vítimas. Atualmente, a prática do bullying vem ocorrendo
cada vez mais cedo, inclusive sendo detectadas entre crianças,
independentemente da classe social e tanto em escolas públicas quanto
particulares. (Rabelo, 2008)
As vítimas do bullying podem apresentar
queda no rendimento escolar, mudança de comportamento e se recusarem a irem
para a escola. Ou seja, as perdas são grandes e há necessidade de intervenção
dos adultos para resolver o conflito que a criança ou o adolescente não
consegue lidar sozinho.
É necessário entender que nem toda agressão pode
ser entendida como bullying, para que seja assim conceituada é preciso
se certificar se o ato é repetitivo em relação àquela mesma criança e executada
pelo(s) mesmo(s) ofensor(es).
Segundo Neto (2005) o bullying tem uma
influência negativa no desenvolvimento escolar do aluno, pois compromete o seu
desempenho no aspecto físico, emocional e reflete diretamente na sua satisfação
ou insatisfação com a vida. Por outro lado, os relacionamentos interpessoais
positivos melhoram a relação do aluno com a aprendizagem, visto que a aceitação
pelos companheiros é fundamental para o desenvolvimento da saúde de crianças e
adolescentes.
É papel da escola o de reconhecer que o bullying
acontece. Os pais e educadores precisam saber diferenciá-lo de outros conflitos
e estabelecerem um diálogo construtivo a fim de orientar os agressores e
proteger as vítimas.
O bullying não é um fenômeno novo. Na
verdade ele sempre existiu. Hoje, com a influência da televisão e da internet,
os apelidos pejorativos tomaram outras proporções. As vítimas costumam
apresentar traços particulares que chamam atenção dos agressores, tais como
obesidade, estatura, deficiência física e aspectos culturais, étnicos e religiosos
diferenciados. Já os agressores são os mais populares, geralmente os líderes da
turma. Tanto a vítima quanto o agressor precisam de ajuda psicológica. Na vida
adulta, o agressor pode repetir o seu comportamento abusivo e utilizar
violência ou praticar atitudes criminosas. (Barros, 2008)
Adquirindo proporções maiores e que pode ocasionar
maior visibilidade de atos ofensivos, temos o cyberbullying que consiste
na prática do bullying por meio de ferramentas tecnológicas (internet, sms,
whatsapp).
Ao menos três motivos tornam o cyberbullying mais
cruel que o bullying tradicional:
- Na internet ou através de mensagens de celular, a
prática pode ser constante e não fica limitado exclusivamente ao ambiente
escolar;
- A exposição acentuada de jovens no espaço virtual
e na troca de mensagens de texto;
- A tecnologia dificulta a identificação dos
agressores.
As vítimas do cyberbullying, por vezes,
sentem-se ainda mais impotentes do que quando as ofensas são presenciais, pois
os agressores podem se ocultar atrás de perfis falsos que dificultam sua
identificação, e ainda, diante da possibilidade do anonimato as ofensas podem
ser ainda maiores.
Perfil da vítima
Geralmente tímida, pouco sociável e com
características que diferem do restante da turma (peso, altura, raça,
religião). Quando é agredida não reage e sofre. No futuro, esses
relacionamentos conflituosos podem acarretar em problemas psicológicos
(depressão, pânico, angústia, anorexia, bulimia etc) e adolescentes que foram
vítimas do bullying tendem a reproduzir na vida o que viveu no ambiente
escolar.
Perfil do agressor
É uma pessoa que não sabe dialogar para resolver
seus conflitos, quer se sentir poderoso e melhorar a imagem que tem de si
mesmo. Quando adulto, continua depreciando os outros para chamar atenção.
Perfil do espectador
Costuma não defender a
vítima, portando-se como testemunha dos fatos, ora silenciosamente por temer
que venha a ser vítima já que se sente amedrontado, ora se divertindo com as
agressões e ajudando a reforçá-la. Como resolver o problemaPara minimizar os casos de
bullying que ocorrem na escola, o
orientador educacional, de imediato, precisa desenvolver ações que previnam
esses episódios. A prevenção é mais eficaz do que a punição de agressões que já
ocorreram. A
turma deve ter um espaço para falar, expor seus anseios e mostrar seu
descontentamento, deste modo os alunos se sentirão acolhidos e seus sentimentos
serão valorizados dentro de um espaço que compreenda suas angústias. Ainda, é
indispensável o estabelecimento de normas que devem ser seguidas. A criança e o
adolescente precisam ser orientados de forma a se tornarem responsáveis,
cientes de seus deveres e conhecedores de seus direitos.
O trabalho de conscientização deve ser frequente e o
assunto deve ser trabalhado também nas reuniões de pais, pois uma parceria
produtiva entre escola e família faz um grande diferencial na qualidade da vida
escolar da criança e do adolescente.
Faz-se necessário e
desejável a parceria com a família da vítima e do agressor, de modo que seja
destacada a importância das relações saudáveis, a tolerância e o respeito às
diferenças.
Em fatos isolados, onde se faz necessária uma intervenção
mais pontual, os envolvidos devem ser chamados para uma conversa em particular.
A troca de experiências e informações sobre o aluno possibilita repensar as
posturas e atitudes, tanto da família quanto da escola.
Ainda em tempo, as crianças e adolescentes devem ser
alertadas constantemente sobre os riscos de exporem dados pessoais em sites de
relacionamento. Quanto menos expostos estiverem, mais seguros estarão.
Os ramos de orientação escolar envolvidos neste processo
podem ser os que estabelecem a relação
família-escola (esse elo é uma das funções mais importantes do orientador
educacional), através desta relação é possível identificar os valores e modos
de conceber a vida do grupo familiar a que o aluno pertence e isso possibilita
uma melhor compreensão de sua maneira de viver; relação escola-saúde já que a escola deve se preocupar com a
formação integral do educando (nos aspectos físicos, psicológicos,
mentais, emocionais entre outros), e esses aspectos podem explicar o
comportamento do aluno, suas dificuldades relacionais; relações interpessoais, favorecendo que haja um clima propenso à
resolução de conflitos é uma prática diária do orientador educacional.
Como vemos, são inúmeros os
desafios e a importância da atuação desse profissional do âmbito escolar para
que esse espaço seja agradável e propício ao desenvolvimento das competências
aprendizes dos alunos.
Conclusão
O bullying sempre
existiu, e atualmente tem ganhado destaque e tem sido motivo de preocupação no
ambiente escolar. Tanto a vítima, quanto o agressor precisam ser ajudados para
que possam superar esses conflitos e se desenvolverem socialmente de maneira
saudável emocional e psicologicamente e que não transponham esse comportamento
na vida adulta já que acarretam problemas em várias esferas da vida.
O pedagogo, atuando como orientador educacional, tem um
papel determinante dentro deste processo ao acompanhar e zelar pelas relações
sadias no ambiente escolar, intervindo sempre que se fizer necessário e
contando com o apoio da comunidade escolar e da família.
Referências
BARROS, Andréia.
Bullying: é preciso levar a sério ao primeiro sinal. Revista Escola. 2008.
Disponível em:
http://revistaescola.abril.com.br/formacao/bullying-preciso-levar-serio-431385.shtml?page=2
Acesso em 15 mar. 2015.
JORDÃO, Cláudia. Como vencer o
bullying. Revista Istoe. Edição 2160. 2011. Disponível em:
http://www.istoe.com.br/reportagens/131156_COMO+VENCER+O+BULLYING Acesso em 15
mar. 2015.
Mendes, Eva Cristina de
Carvalho Souza Orientação em supervisão escolar e orientação educacional / Eva
Cristina de Carvalho Souza. – São Paulo, 2014. 188 p. il. Nota: este volume
está publicado nos Cadernos de Estudos e Pesquisas da UNIP, Série Didática, ano
XVII, n. 2-038/14, ISSN 1517-9230. 1. Supervisão escolar. 2. Planejamento. 3.
Pedagogia I. Título. CDU 37.014
NETO, Aramis A. Lopes;
bullying - comportamento agressivo entre estudantes. In Jornal de Pediatria.
Sociedade Brasileira de Pediatria (Rio). 2005. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/jped/v81n5s0/v81n5Sa06 Acesso em: 15 mar. 2015.
RABELO, Carina. Bullying, um crime nas
escolas. Revista Istoe. 2008. Disponível em:
http://www.istoe.com.br/reportagens/9028_BULLYING+UM+CRIME+NAS+ESCOLAS Acesso em
15 mar. 2015
Revista Gente que Educa. Cyberbullying: a violência virtual. 2010. Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/formacao/cyberbullying-violencia-virtual-bullying-agressao-humilhacao-567858.shtml Acesso em: 05 abr. 2015.
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