A IMPORTÂNCIA DA ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO ESCOLAR EM SALA DE AULA
Texto por: Alda Cavalcante Bezerra
Neste tipo de disposição tanto professor quanto alunos se colocam em nível de igualdade, numa relação horizontal, não diretiva, onde há respeito pelas opiniões e o saber não se centra num só indivíduo, mas nos diferentes pontos de vista que são estimulados a virem à tona no debate.
O processo de diálogo estimula a curiosidade, no que nos diz FREIRE (1996):
O diálogo é prática necessária e indispensável das atuais didáticas educacionais, onde é valorizado o conhecimento prévio do aluno através de seus relatos de vivência, estabelecendo relações com outras situações e construindo assim novas aprendizagens.
Professor e aluno são aliados no processo de ensino e aprendizagem, o professor faz a mediação entre o conhecimento e o aluno, valorizando suas experiências já que para tornar a aprendizagem significativa deve estabelecer uma relação com a realidade em que esse aluno atua.
Portanto, podemos notar que a disposição de mesas em círculo são adequadas para situações de debate, onde se busca soluções em conjunto para um problema levantado, tomada de decisões etc.
Se a necessidade é de aplicar um teste de conhecimento para avaliar o aluno individualmente, a forma que mais favorece é a enfileirada. Durante estas avaliações não é permitido que os alunos conversem entre si, há um objetivo definido pelo professor para que essa avaliação seja realizada deste modo, portanto, não se pode concluir que seja errado a disposição das carteiras deste jeito, mas necessário que seja assim durante este momento. Se o professor precisa explanar um assunto e necessita de “ordem” na classe, também é o tipo de organização que mais favorece.
Durante as aulas, justifica-se o uso das mesas agrupadas sempre que o professor desejar que os alunos interajam na busca de soluções e para a resoluções de exercícios onde podem trocar conhecimentos até conseguirem solucionar o problema.
E finalmente, a organização em círculo é adequada para os momentos de discussão onde se faz necessário oportunizar a todos a chance de colocarem suas ideias verbalizadas.
O que se conclui é que não há uma única maneira de organizar o espaço da sala de aula, não há o que seja certo ou errado, mas de acordo com o momento se faz necessário o uso de formas diversas de organização. O professor precisa saber exatamente qual é a intencionalidade da sua ação para definir as melhores estratégias, inclusive tendo como uma das principais, a organização do espaço em sala de aula.
Acesso em: 03 nov. 2013.
FREITAS, João Batista de. A organização do espaço escolar favorece a qual aprendizado? Humus Consultoria, 2008. Disponível em: Acesso em 03 nov. 2013.
GADOTTI, Moacir. Boniteza de um sonho: ensinar e aprender com sentido / Moacir Gadotti - Novo Hamburgo: Feevale, 2003.
OLIVEIRA, Marta K. de. Vygotsky. Aprendizado e desenvolvimento: Um processo sócio-histórico. São Paulo: Scipione, 1997. (Pensamento e ação no magistério).
É na interação que o sujeito aprende e ensina. Daí, podemos depreender a importância de se organizar o espaço escolar, mais especificamente o da sala de aula, para receber os alunos e proporcionar que haja meios de garantir esse estreitamento de vínculo. Conforme nos fala OLIVEIRA (1997), em seus estudos sobre o pensamento de VIGOTSKY:
A interação face a face entre indivíduos particulares desempenha
um papel fundamental na construção do ser humano: é através da relação
interpessoal concreta com outros homens que o indivíduo vai chegar a
interiorizar as formas culturalmente estabelecidas de funcionamento
psicológico.
Segundo as conclusões da autora, a vida social ocorre de maneira dinâmica, onde cada sujeito participa ativamente de seu meio estabelecendo uma relação entre o mundo cultural e o mundo interno de cada um. O conhecimento a respeito de todo esse universo cultural e particular se dá através das interações estabelecidas entre os indivíduos no meio social em que participam.
Temos então que a maneira como é organizado o espaço em sala de aula reflete diretamente em como se dá essa interação e o trabalho pedagógico docente como um todo. É importante que a organização priorize aspectos indispensáveis para a construção da aprendizagem, tais como vivência da prática do diálogo entre
os indivíduos envolvidos neste processo.
Para qualquer finalidade, é necessário que ambiente seja acolhedor e que motive a troca entre os alunos e professores, mas dependendo da situação específica, o espaço pode ser organizado de maneira diferente para atender a necessidade de forma mais pontual. Por exemplo, num momento de debate entre toda a turma, é interessante que as carteiras estejam dispostas em círculos para que todos possam olhar uns para os outros e terem a sua vez de expor seus pontos de vista. Deste modo, o debate fica mais face a face e a compreensão da ideia é favorecida já que é possível reconhecer no outro as expressões faciais, além da própria fala em si.
MANEIRAS DE ORGANIZAR AS CARTEIRAS EM SALA DE AULA
FREITAS (2008) nos diz que é essencial discutir as disposições das carteiras, pois "[...] são fundamentais para contribuir com a aprendizagem de forma significativa.”. Elas devem mudar de posição de acordo com a aula planejada, atendendo aos seus objetivos já que é sabido que aprendemos na interação com o outro e com os espaços. Ele afirma ainda que a forma menos indicada para dispor as carteiras da sala de aula é a enfileirada, pois não proporciona as interações necessárias e fortalecem a relação de autoridade do professor com o aluno.
Carteiras enfileiradas

Na tradicional organização das carteiras enfileiradas, é possível pensar no professor transmitindo o conhecimento enquanto os alunos o absorvem, a metodologia denota estar centrada no professor, de forma diretiva, onde cabe a ele organizar e sistematizar o conteúdo que deseja que seus alunos aprendam. A avaliação costumeira neste enfoque é a que mede os conhecimentos quantitativamente, onde são distribuídos questionários aos quais os alunos devem responder e devolverem o conteúdo conforme lhes foi transmitido.
Este tipo de organização não favorece o diálogo entre os sujeitos, o relacionamento com o professor se dá de maneira vertical, onde ele está acima do aluno e, portanto, não há espaço para o diálogo.
Apesar disso, em alguns momentos, essa maneira de dispor as carteiras pode ser necessária, tal como durante a aplicação de uma prova individual, mas se torna inviável no dia-a-dia em sala de aula onde há necessidade da troca de conhecimentos para que o aluno construa seu conhecimento com autonomia e de maneira ativa.
Mesas agrupadas

As mesas dispostas em pequenos grupos favorecem a interação e diálogo entre os alunos, bem como a intervenção do professor que caminha pela sala participando das discussões dos mesmos.
É uma maneira de oferecer condições para que o aluno possa utilizar de seus conhecimentos prévios para debater no grupo e encontrar soluções para os exercícios propostos pelo professor.
A reflexão torna-se presente neste tipo de agrupamento, já que o aluno precisa pensar e repensar a respeito de suas ideias para exteriorizá-las de maneira que traga acréscimo de informações ao grupo.
Neste sentido, podemos citar GADOTTI (2003):
Nós, seres humanos, não só somos seres inacabados e incompletos como temos consciência disso. Por isso, precisamos aprender “com”. Aprendemos “com” porque precisamos do outro, fazemo-nos na relação com o outro, mediados pelo mundo, pela realidade em que vivemos.Partindo deste ponto de vista, temos que a aprendizagem se dá na troca de conhecimentos, atribuindo a partir daí sentido próprio ao que foi compartilhado, onde todos os alunos podem encontrar espaço para participarem e exporem suas ideias de maneira que possa assim construir conjuntamente e individualmente o sentido tão necessário ao objeto de estudo, seja ele qual for.
Dispostos em círculo

O processo de diálogo estimula a curiosidade, no que nos diz FREIRE (1996):
O sujeito que se abre ao mundo e aos outros inaugura com seu gesto a relação dialógica em que se confirma como inquietação e curiosidade, como inconclusão em permanente movimento na História.
O diálogo é prática necessária e indispensável das atuais didáticas educacionais, onde é valorizado o conhecimento prévio do aluno através de seus relatos de vivência, estabelecendo relações com outras situações e construindo assim novas aprendizagens.
Professor e aluno são aliados no processo de ensino e aprendizagem, o professor faz a mediação entre o conhecimento e o aluno, valorizando suas experiências já que para tornar a aprendizagem significativa deve estabelecer uma relação com a realidade em que esse aluno atua.
Portanto, podemos notar que a disposição de mesas em círculo são adequadas para situações de debate, onde se busca soluções em conjunto para um problema levantado, tomada de decisões etc.
CONCLUSÃO
A forma adequada de dispor as mesas em sala de aula vai depender dos objetivos específicos de cada momento e das estratégias de ensino que o professor deseja utilizar. É importante que o espaço favoreça a possibilidade de se rearranjar a disposição das mesas conforme necessário.Se a necessidade é de aplicar um teste de conhecimento para avaliar o aluno individualmente, a forma que mais favorece é a enfileirada. Durante estas avaliações não é permitido que os alunos conversem entre si, há um objetivo definido pelo professor para que essa avaliação seja realizada deste modo, portanto, não se pode concluir que seja errado a disposição das carteiras deste jeito, mas necessário que seja assim durante este momento. Se o professor precisa explanar um assunto e necessita de “ordem” na classe, também é o tipo de organização que mais favorece.
Durante as aulas, justifica-se o uso das mesas agrupadas sempre que o professor desejar que os alunos interajam na busca de soluções e para a resoluções de exercícios onde podem trocar conhecimentos até conseguirem solucionar o problema.
E finalmente, a organização em círculo é adequada para os momentos de discussão onde se faz necessário oportunizar a todos a chance de colocarem suas ideias verbalizadas.
O que se conclui é que não há uma única maneira de organizar o espaço da sala de aula, não há o que seja certo ou errado, mas de acordo com o momento se faz necessário o uso de formas diversas de organização. O professor precisa saber exatamente qual é a intencionalidade da sua ação para definir as melhores estratégias, inclusive tendo como uma das principais, a organização do espaço em sala de aula.
BIBLIOGRAFIA
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa, 1996. Disponível em:FREITAS, João Batista de. A organização do espaço escolar favorece a qual aprendizado? Humus Consultoria, 2008. Disponível em:
GADOTTI, Moacir. Boniteza de um sonho: ensinar e aprender com sentido / Moacir Gadotti - Novo Hamburgo: Feevale, 2003.
OLIVEIRA, Marta K. de. Vygotsky. Aprendizado e desenvolvimento: Um processo sócio-histórico. São Paulo: Scipione, 1997. (Pensamento e ação no magistério).
TEIXEIRA, Madalena Telles; REIS, Filomena. A Organização do Espaço em Sala de Aula e as Suas Implicações na Aprendizagem Cooperativa. Meta: Avaliação | Rio de Janeiro, v. 4, n. 11, p. 162-187, mai./ago. 2012. Disponível em: Acesso em 3 nov. 2013.
Imagens ilustrativas retiradas da internet.
Adorei seu texto!
ResponderExcluirVerdade, mas fui chamada atenção, pois vou criando a decoração da sala conforme as crianças escolhem o que deve ou não ficar na parede do bimestre
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