Relato de experiência - Doação de Sangue

No dia 19/11/2013 me apresentei ao Hemocentro de São José dos Campos para doar sangue. O procedimento é bastante simples, bastando comparecer ao local portando RG e passar por uma triagem para verificar se o seu perfil é aceito para doação. No total, demorei uma hora para realizar todos os procedimentos, incluindo a coleta do sangue.
Cheguei por volta de 11:00h e me apresentei ao balcão como doadora. Registraram
meus dados e me pediram para aguardar. Uns 10 minutos depois fui chamada para
uma sala onde se colhe amostra de sangue para verificar se tinha anemia. Fizeram
um pequeno furo no meu dedo anelar e
colheram um pouquinho de sangue.
Feito isto, fui novamente para a sala de recepção e fiquei aguardando
por mais ou menos 10 ou 15 minutos para ser chamada para a entrevista. Neste momento
uma enfermeira me fez uma série de perguntas a respeito da minha saúde e do meu
comportamento sexual.
Algumas perguntas das quais me lembro:
1. Se é a
primeira vez que estou doando;
2. Se é
voluntário;
3. Se tomo
medicamentos, fumo ou se ingeri bebida alcoólica nas 12 horas anteriores;
4. Se passei
por tratamento médico nos últimos seis meses;
5.
Se tenho
diabetes, hipertensão e outros problemas de saúde lá listados;
6. Se fiz
tatuagem/acupuntura;
7. Se tenho
relacionamento estável e por quanto tempo;
8. Quantos
parceiros sexuais tive no último ano;
9. Se meu “parceiro”
tem boa saúde;
10. Se alguém
na família sofria de um problema de saúde lá da lista;
11.Se dormi
bem;
12.A que
horas tinha tomado café da manhã...
E outras perguntas que não recordo. A enfermeira perguntava rápido e eu
só respondia sim ou não. Em 5 minutos ela tinha meu “histórico de vida”. Ao final
do questionário ela perguntou se eu considerava que meu sangue podia ser
recebido por alguém. A resposta era sigilosa, então apertei um botão cujas
opções eram apenas “Sim” ou “Não”.
Mais uma vez voltei para a recepção e aguardei mais uns 10 minutos para
ser chamada para a sala de doação.
Estava um pouco nervosa, pois tenho muita aflição de agulha. Tentava acalmar
meus batimentos cardíacos que sentia estarem acelerados.
Quando fui chamada, já me sentia um pouco mais calma. Antes de doar fui
encaminhada para uma saleta onde deveria lanchar. Tão logo terminasse, deveria
enfim ir para a sala de coleta.
Sentei na cadeira, me posicionei de forma confortável e evitava ficar
olhando para a bolsa de sangue dos demais doadores, já que tenho certa fraqueza
ao ver sangue. Não chego aos extremos de desmaiar, mas sinto agonia. Fixei o
olhar na tela da televisão, mas nem me pergunte o que estava passando.
A enfermeira se aproximou e disse que ia fazer a limpeza. Quero destacar
que todo o atendimento foi excelente, desde a recepção, a senhora que serve os
lanches, as enfermeiras que fazem a coleta, todos muito atenciosos e me
trataram muito bem, fazendo com que eu de fato sentisse que estava fazendo algo
importante.
Feita a limpeza com algodão e álcool, ela me informa que vai picar com a
agulha. Nessa hora senti a agulha entrando e aquela ardência típica. Felizmente
isso foi rápido, logo cobriram a agulha com esparadrapo e parou de arder, eu
nem sentia incômodo e procurava não pensar que estava saindo sangue da minha
veia para não me afligir.
Só que a máquina começou a apitar e eu não sabia o motivo. As enfermeiras
se olharam e falaram com ar preocupado: “Não está saindo”. Pensei: “O que há de
errado?”. Foi nesta hora que olhei para o meu braço e não tinha passado nenhuma
gota de sangue pela mangueira. “Como assim? Uma agulha dessas na minha veia e
não sai sangue? Que há de errado comigo?”
Outra enfermeira foi chamada e veio muito calmamente mexer nos equipamentos.
Outras duas ficaram ao redor, pensei: “Será que isso é para garantir socorro em
caso de algo anormal?”. A enfermeira deu uma empurradinha na agulha e ardeu de
novo, fiz careta. Pediu para que eu esticasse bem o braço e apertasse uma
bolinha. Nisso o sangue começou a sair, para meu alívio e delas também. Mais alguns
minutos e apitou de novo, mexeram no meu braço, massagearam minha veia, mas não
se conseguiu muita coisa. A enfermeira me explicou que podia ser o organismo
reagindo para se proteger, também disse que minha veia é fina e o ideal é tomar
bastante líquido antes da doação. Parecia que ela tentava me acalmar, tamanha
era a solicitude.
Conseguiram colher pouco mais de 250 ml, o que é pouco para uma bolsa de
450 ml. Fiquei com receio de perguntar se aquela quantidade seria suficiente
para ajudar numa transfusão. Temia que me respondessem que não. Preferi a
dúvida à certeza de que meu sangue poderia vir a ser descartado por não ter a
quantidade necessária.
Após a doação, mais um lanchinho na própria unidade.
Não tive nenhum desconforto, tontura, nada. Correu tudo bem. A região
perfurada fica dolorida, mas nada insuportável.
Conclusão:
De tudo, quero concluir que é um ato tão simples e que pode ajudar a
salvar vidas. O fato de estar ali que me deu maior consciência dessa situação. A
gente ouve falar da importância de doar nas campanhas publicitárias, mas estando
ali parece que você tem a noção exata e real desse gesto. Dentro de uma hora no
máximo o procedimento todo é realizado. Não tem desculpa de não poder faltar no
serviço, pois é entregue um atestado que abona a falta (nas empresas privadas é
aceito um atestado ao ano e servidores públicos podem compensar até duas ausências
anuais no trabalho). A lei que regulamenta é Lei N. 1075.27/3/50 e Dec. Lei N.
229-28/2/67.
Acredito que a gente pode tentar se colocar no lugar do outro, no caso,
de pessoas que necessitem dessa doação e nesse instante vai perceber que essa
atitude é tão nobre, tão valiosa. Bem, eu me senti contribuindo com um desconhecido
que poderá ter seus dias ampliados, viver mais momentos alegres com a família e
amigos, simplesmente isso... VIVER.
E o sangue não tem como ser produzido artificialmente, é algo que tem
que ser doado mesmo, de ser humano para ser humano.
Pretendo fazer futuras doações. E se você tem alguma dúvida a respeito,
vá até o hemocentro mais próximo, pois foi lá dentro que de fato tudo
aconteceu: perdi o receio, me senti importante por estar ali, percebi a real
grandeza dessa ação.
Informações para quem deseja ser doador
Quem pode doar sangue
Pessoas entre
16 e 67 anos, desde que a primeira doação tenha sido feita até os 60 anos
Homens com mais de 50 Kg.
Mulheres acima de 55 Kg.
Homens com mais de 50 Kg.
Mulheres acima de 55 Kg.
O que é necessário para doar sangue?
Estar em boas condições de saúde.
Apresentar documento original com foto emitido por órgão oficial
Não estar em jejum, mas evitar alimentos gordurosos como leite, ovos, frituras e frios nas 3 horas que antecedem a doação
Ter repousado por, no mínimo, 6 horas
Apresentar documento original com foto emitido por órgão oficial
Não estar em jejum, mas evitar alimentos gordurosos como leite, ovos, frituras e frios nas 3 horas que antecedem a doação
Ter repousado por, no mínimo, 6 horas
Intervalo entre as doações
Homens 60 dias: até 4 doações por ano
Mulheres 90 dias: até 3 doações por ano
Mulheres 90 dias: até 3 doações por ano
Condições que impedem a doação temporariamente
Gripe, resfriado, infecção, febre, diarréia ou alergia
Ingestão de bebida alcoólica nas últimas 12 horas
Vacina para gripe (somente 30 dias após ter tomado) e Hepatite (48 horas após a vacina)
Transfusão de sangue nos últimos 12 meses
Tatuagem nos últimos 12 meses
Comportamento de risco para doenças sexualmente transmissíveis
Endoscopia e Colonoscopia: somente após 6 meses da realização do exame
Gravidez: aguardar 3 meses após parto ou aborto. Mulheres amamentando só devem doar 12 meses após o parto
Vacina para gripe (somente 30 dias após ter tomado) e Hepatite (48 horas após a vacina)
Transfusão de sangue nos últimos 12 meses
Tatuagem nos últimos 12 meses
Comportamento de risco para doenças sexualmente transmissíveis
Endoscopia e Colonoscopia: somente após 6 meses da realização do exame
Gravidez: aguardar 3 meses após parto ou aborto. Mulheres amamentando só devem doar 12 meses após o parto
Condições que impedem a doação definitivamente
Hepatite viral após os 11 anos de idade
Ter tido Malária, Doença de Chagas, Epilepsia e Câncer
Uso de drogas injetáveis ilícitas
Evidência clínica ou laboratorial das seguintes doenças infecciosas transmissíveis pelo sangue: Hepatites B e C, Aids, doenças associadas aos vírus HTLV I e II
Ter tido Malária, Doença de Chagas, Epilepsia e Câncer
Uso de drogas injetáveis ilícitas
Evidência clínica ou laboratorial das seguintes doenças infecciosas transmissíveis pelo sangue: Hepatites B e C, Aids, doenças associadas aos vírus HTLV I e II
Importante
#Uso de medicamentos, tratamentos dentário, acupuntura, piercing e antecedentes cirúrgicos serão avaliados individualmente
#Não doe sangue para fazer exames. Você pode prejudicar alguém. Doação de sangue exige responsabilidade
#Não minta ou omita nenhuma informação ao entrevistador
Cuidados após a doação
Beba bastante líquido
Aguarde pelo menos 15 minutos antes de sair do Banco de Sangue. Só saia se estiver se sentindo bem
Não fume por 2 horas após a doação
Mantenha o curativo por 4 horas após a doação
Não faça força com o braço que foi puncionado
Não realize exercícios físicos intensos no dia da doação
Aguarde pelo menos 15 minutos antes de sair do Banco de Sangue. Só saia se estiver se sentindo bem
Não fume por 2 horas após a doação
Mantenha o curativo por 4 horas após a doação
Não faça força com o braço que foi puncionado
Não realize exercícios físicos intensos no dia da doação
Aconteceu o mesmo comigo. Mas desistiram da coleta pois não saía quase nada e depois parou de vez. Não ganhei nem lanche,só me mandaram embora.
ResponderExcluirAconteceu cmg tb, elas não chegaram nem a furar meu braço pois disseram que minha veia estava muito escondida e era muito fina.
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